O futuro incerto do futebol feminino do Flamengo

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O Flamengo reduzirá investimento no futebol feminino e montará equipe com atletas da categoria de base para 2026 (Foto: Paula Reis/Flamengo)

O futebol feminino do Flamengo passará por uma profunda reformulação para a temporada de 2026. A diretoria rubro-negra decidiu reduzir o investimento na modalidade e, com isso, encerrará o vínculo com 18 jogadoras do elenco atual, além de apostar em atletas formadas nas categorias de base do clube.

A decisão faz parte de uma política de contenção de gastos aprovada pela direção e que será implementada a partir de janeiro do próximo ano. 

Rescisões antecipadas

Dez atletas com contrato até dezembro de 2026 terão suas rescisões negociadas: as goleiras Vivi Holzel e Karol Alves; a zagueira Flávia; as laterais-esquerdas Chai e Jucinara; as volantes Ju Ferreira e Thaisa; a meia Fernanda; e as atacantes Cristiane e Vitória Almeida.

Fim de contrato

Além das rescisões, outras oito jogadoras não terão seus contratos renovados: a goleira Barbieri, as zagueiras Agustina e Sorriso, a lateral-direita Monalisa, a volante Djeni, as meias Gláucia e Leidiane, e a atacante Valéria Cantuário.

Essas atletas permanecem vinculadas ao clube até o fim de 2025 e se despedirão ao término da temporada. A tendência é que a diretoria não faça novas contratações de peso para repor as saídas.

Foco na base

A decisão de reformular o elenco foi tomada diretamente pela diretoria de futebol do Flamengo, que pretende reduzir cerca de 40% do orçamento destinado ao futebol feminino no próximo ano.

A justificativa é de que o clube quer “readequar custos e fortalecer o trabalho de formação”. O novo projeto prevê uma equipe mais jovem, formada por atletas da base e reforços pontuais.

O treinador Celso Silva, contratado recentemente após a saída de Rosana Augusto para o Palmeiras, será o responsável por conduzir o processo de transição. 

Celso estava no Sub-20 do São Paulo e tem experiência com desenvolvimento de jogadoras base, inclusive com trabalhos anteriores no rubro-negro.

Baixo investimento

A mudança acontece em um contexto de baixo investimento estrutural no futebol feminino do clube. O Flamengo mantém a equipe treinando no CFZ, sem acesso às instalações do Ninho do Urubu, além de nunca ter atuado no Maracanã.

Com orçamentos menores e pouca integração institucional, o Flamengo vem enfrentando dificuldades para se manter competitivo nas principais competições nacionais.

Cenário de incerteza para 2026

Com as saídas confirmadas e o corte de verba, o elenco rubro-negro de 2026 será um dos mais jovens da história recente do clube. A diretoria aposta que a integração entre base e profissional poderá render bons resultados a médio prazo, mas o momento é de transição e incerteza.

Foto de Thiago Bastos

Thiago Bastos

Jornalista há 26 anos, com experiência em jornalismo esportivo diário em veículos como A Tribuna de Santos, Lance! e Revista Placar. Atuação em assessorias de imprensa em órgãos públicos como prefeituras de Santos e Praia Grande e CET-Santos. Repórter em cobertura diária do Santos FC e de esportes olímpicos.

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