Aos 19 anos, Ingrid Aparecida Borges de Morais, mais conhecida pelo apelido Jhonson, é a sensação do futebol feminino brasileiro. Em 2025, ela explodiu com suas atuações e gols. Já são 10 em 16 partidas – oito pelo Brasileirão, um no Paulistão e um na Seleção Brasileira.
A paranaense de Londrina teve uma estreia marcante na Seleção, ao marcar o gol da vitória sobre o Japão, no amistoso realizado na última segunda-feira (2), em Bragança Paulista (SP).
“Vivo um sonho”, resumiu a atacante do Corinthians, logo após o triunfo sobre as asiáticas.
O sonho da mais nova aposta do técnico Arthur Elias na Seleção Brasileira, começou no Toledo Esporte Clube (TEC), equipe que leva o nome do município paranaense de 158 mil habitantes.
“Ela começou no futebol aqui, com 14, 15 anos. Começou com a gente ainda em Ouro Verde, uma cidadezinha de seis mil habitantes, em um projeto que tínhamos lá”, conta Jaime Lira, presidente e técnico do TEC, que colocou o apelido na jogadora, já de olho na carreira profissional.
“Já tínhamos uma Ingrid aqui e eu queria achar um nome forte para ela, porque percebi seu potencial. Ela disse que na infância a chamavam de Dumbinha. Eu falei, de jeito nenhum. Com o tempo, surgiu o nome Jhonson, mas ela não gostou”, relembra Lira.
“Os títulos vieram, o apelido começou a aparecer nas matérias de tv e ela não quis mais saber de outro nome”, complementa o dirigente.
Ascensão
Jhonson conquistou projeção nacional ao se destacar no Campeonato Paranaense Sub-17 e no Campeonato Brasileiro de 2020 com o Toledo, que tinha parceria com o Coritiba na época. O desempenho a levou às divisões de base da Seleção Brasileira e atraiu interesse do Corinthians, ainda com 16 anos.
“Ela atingiu um nível que não dava mais para a gente ficar com ela aqui. Muitos clubes mostraram interesse, do Brasil e da Europa”, relembra Lira.
Ferroviária, Santos, Internacional e Grêmio foram alguns dos clubes interessados no futebol da jovem atacante. Por isso, o Toledo se apressou para que Jhonson assinasse seu primeiro contrato profissional.
“Não víamos a hora dela fazer 16 anos pra que ela se profissionalizasse e colocássemos uma multa rescisória alta”, explica Lira.
A despeito de muitos clubes interessados, no final prevaleceu a vontade de Jhonson, que foi emprestada para o Corinthians em 2023.
A transferência definitiva para as Brabas ocorreu em dezembro de 2024, com vínculo até o final de 2028
Multa milionária
Corinthians e Toledo enxergam em Jhonson uma joia que em pouco tempo estará no exterior. Por isso, os clubes tratam de valorizar a atacante diante da cobiça estrangeira.
Até o ano passado, sob regime de empréstimo para o time paulista, cada um dos dois clubes tinha exatamente 50% dos direitos econômicos da jogadora. Os direitos federativos eram integrais da agremiação paranaense.
Com o novo contrato e a contratação definitiva, em dezembro de 2024, o clube do Parque São Jorge passou a ter 60% dos direitos econômicos e 100% dos direitos federativos. O Toledo permanece com 40% dos direitos econômicos.
Conforme o contrato vigente, a multa rescisória é de 1 milhão de euros.
Mas esses valores vão mudar em breve. Com o sucesso no Brasileirão e, principalmente, o gol marcado na estreia pela Seleção Brasileira, os dirigentes de ambos os clubes trabalham nos bastidores.
As bases de um novo contrato já foram alinhadas e tanto o salário quanto multa rescisória terão reajustes bastante significativos. O novo vínculo será assinado, provavelmente ainda este mês.