Palmeiras consolida ciclo vitorioso no futebol feminino 

Palmeiras futebol feminino 
Desde 2002, o clube faturou a Libertadores, o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, conquistada esta semana. (Foto: Divulgação / Palmeiras)

O Palmeiras vive, desde 2022, o período mais vencedor de sua história no futebol feminino. A fase coincide diretamente com a gestão da presidente Leila Pereira, que assumiu o comando do clube no fim de 2021 e ampliou os investimentos destinados ao departamento. 

Desde então, o time acumulou títulos inéditos, quebras de recordes e projeção internacional, ao mesmo tempo, em que estruturou um planejamento para transformar as Palestrinas em uma das potências da modalidade no país.

A venda da atacante Amanda Gutierres para o Boston Legacy, da NWSL, anunciada recentemente, simboliza esse novo momento. 

Negociada por R$ 5,88 milhões por 80% de seus direitos econômicos — a maior transação da história do futebol feminino brasileiro —, a atleta deixa o clube ao fim da temporada 2025. 

O valor da transferência será utilizado para a construção de um centro de excelência exclusivo para o futebol feminino, em Vinhedo, no interior de São Paulo, já previsto para ser inaugurado em 2026. 

A transação de Amanda ocorre em um contexto no qual o Palmeiras destinou R$ 18 milhões ao futebol feminino em 2025, reforçando a política de investimentos contínuos desde 2022. 

A gestão se apoia em três pilares centrais: competitividade esportiva, captação e desenvolvimento de talentos, e ampliação da estrutura profissional para atletas e comissão técnica.

A sequência de conquistas é o resultado mais visível desse processo. Em apenas três anos de gestão, o Verdão levantou a Libertadores de 2022, o Campeonato Paulista de 2024 e a Copa do Brasil de 2025.

Antes desse período, desde a retomada da modalidade em 2019, o clube havia conquistado apenas a Copa Paulista, em 2019 e 2021.

Retomada em 2019

O departamento de futebol feminino do Palmeiras foi reativado em 2019, após anos inativo. 

Naquele momento, o clube buscava se adequar às exigências da CBF e da Conmebol, que passaram a determinar que equipes da Série A mantivessem estruturas femininas em atividade.

A primeira conquista veio rapidamente: a Copa Paulista de 2019. Dois anos depois, em 2021, a equipe repetiu o feito e levantou novamente a Copa Paulista.

Essas conquistas foram a base para que o Palmeiras entrasse em 2022 com maior ambição e estrutura. A chegada de Leila Pereira à presidência seria o ponto de virada definitivo.

2022: a gestão Leila Pereira

Eleita em novembro de 2021, Leila Pereira assumiu o comando do Palmeiras pela primeira vez na história do clube. O compromisso com o desenvolvimento do futebol feminino foi um dos pilares de sua campanha.

Com reforços pontuais e aumento do investimento em infraestrutura, o time se tornou competitivo em todas as competições que disputou em 2022. 

O ápice veio na conquista inédita da Copa Libertadores da América.

O título colocou o clube em outro patamar e passou a atrair maior visibilidade. O desempenho também reforçou o interesse de patrocinadores e abriu portas para parcerias estratégicas.

Consolidação esportiva: Paulista 2024 e Copa do Brasil 2025

Após a conquista continental, o Palmeiras focou na manutenção de um elenco competitivo e na valorização de atletas-chave. 

O clube passou a investir mais em categorias de base, scouting e acompanhamento do desempenho físico e técnico de atletas do elenco profissional. 

A política de contratações também se tornou mais estratégica, priorizando atletas capazes de qualificar o time em competições de nível mais alto.

A consolidação desse planejamento resultou em dois títulos importantes: o Campeonato Paulista de 2024 e a Copa do Brasil de 2025.

Investimento recorde 

O Palmeiras destinou R$ 18 milhões ao departamento de futebol feminino em 2025. O valor é fruto de uma política de investimento contínuo adotada desde 2022. 

Além disso, o clube passou a enxergar o futebol feminino também como ativo econômico. O caso de Amanda Gutierres demonstra essa visão estratégica.

A atacante, uma das principais revelações recentes do clube, foi vendida ao Boston Legacy por R$ 5,88 milhões referentes a 80% dos direitos econômicos – o maior valor já pago por uma atleta na história do futebol feminino brasileiro.

Centro de excelência 

O valor recebido pela venda de Amanda será totalmente destinado à construção de um centro de excelência exclusivo para o futebol feminino, no município de Vinhedo. 

O complexo, previsto para ser inaugurado em 2026, incluirá:

  • Campos de treinamento exclusivos
  • Centro de fisioterapia e recuperação física
  • Estrutura de análise de desempenho
  • Alojamentos para atletas da base
  • Academia de alto rendimento
  • Ambientes administrativos e de comissão técnica
Foto de Thiago Bastos

Thiago Bastos

Jornalista há 26 anos, com experiência em jornalismo esportivo diário em veículos como A Tribuna de Santos, Lance! e Revista Placar. Atuação em assessorias de imprensa em órgãos públicos como prefeituras de Santos e Praia Grande e CET-Santos. Repórter em cobertura diária do Santos FC e de esportes olímpicos.

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