O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou que o Internacional jogue com portões fechados no Campeonato Brasileiro Feminino. A punição ocorre após um caso de racismo na partida contra o Sport, na última segunda-feira (31), no Sesc Campestre, em Porto Alegre. A medida vale até que o julgamento do caso pelo colegiado do tribunal. Caso o julgamento não ocorra em tempo hábil, a sanção se limitará a três jogos.
O episódio aconteceu nos acréscimos do confronto, que terminou empatado em 2 a 2. Logo após o gol de empate da equipe pernambucana, uma banana foi arremessada em direção ao banco de reservas do Sport. A quarta árbitra da partida, Andressa Hartmann, recolheu o objeto e registrou o incidente na súmula.
Decisão rápida e repercussão
Menos de 24 horas após o episódio, a Procuradoria de Justiça Desportiva entrou com um pedido liminar para punir o Internacional. O STJD acatou o pedido.
“Defiro o pedido liminar para determinar, cautelarmente, a perda de mando de campo pelo Sport Club Internacional, com realização das partidas com portões fechados, até o julgamento por colegiado da denúncia anunciada pela Procuradoria, a quem cabe a adoção de rito urgente para formalização do ato”, determinou o presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se manifestou.
“O futebol brasileiro agiu rápido no combate ao racismo. Em pouco mais de 12 horas, a Justiça Desportiva já proferiu uma decisão dura, colocando o Internacional para jogar com portões fechados até o que o caso seja julgado. Em casos de racismo a CBF sempre se antecipa e vai propor punições preventivas contra os racistas. Desta vez não foi diferente”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em nota.
Identificação da autora e medidas do Internacional
Em nota, o Internacional repudiou os atos, informou que identificou a pessoa envolvida e está tomando todas as medidas cabíveis. Ivandro Morbach, vice-presidente do Conselho de Gestão do Inter, afirmou à RBS TV que uma atleta recém-contratada para a base do clube teria lançado a banana. Diante da gravidade do ato, o clube tomou a decisão de rescindir imediatamente o contrato da atleta.
O Sport Club Recife repudiou veementemente o ato de racismo e solicitou punição exemplar. O clube pernambucano também registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e afirmou que está prestando total apoio às jogadoras e à comissão técnica que foram alvo do ataque.
O STJD continua investigando o caso e o analisará, enquanto o Internacional cumpre a punição de jogar com portões fechados em seus jogos como mandante.