A chegada do Outubro Rosa, é oportuna para refletir: como podemos unir a causa da luta contra o câncer de mama com uma estratégia transformadora para o futebol feminino? A resposta pode estar no fortalecimento da imagem digital das atletas, por meio de transmissões, podcasts, campanhas, plataformas de mídia, formação em oratória e ações sociais integradas ao calendário esportivo.
Enquanto o Outubro Rosa sensibiliza e gera visibilidade para temáticas de saúde e gênero, clubes e projetos sociais têm a chance de aproveitar esse momento para ampliar o protagonismo feminino no esporte. Ao impulsionar a exposição midiática das atletas, em programas de rádio, TV, podcasts e redes sociais cria-se um ciclo virtuoso: maior visibilidade leva a mais patrocínios, melhores condições e inspiração para novas gerações.
Da imagem ao impacto: ferramentas e estratégias
1. Gestão de imagem ampliada: além dos campos
O Grupo Sisu, por meio de sua holding que inclui a Golden Goal e outras empresas, vem articulando a gestão da imagem de atletas como negócio estratégico. Eles defendem que esse modelo vá além da simples comercialização de direitos, oferecendo capacitação para o pós-carreira, com atuações em gestão esportiva ou palestras, abrindo novas fontes de receita para as atletas. (Máquina do Esporte).
Essa visão aponta para um modelo híbrido: atletas são marcas, entidades esportivas devem investir em plataformas de imagem e conteúdo, e o mercado encontra caminhos inovadores de monetização.
2. Dados como pilar de profissionalização
Um dos pontos centrais da estratégia da Sisu consiste no uso de dados integrados: programas de sócio-torcedor, e-commerce, consumo digital e perfis de engajamento são combinados para entender o comportamento do torcedor e desenvolver ofertas segmentadas.” (Máquina do Esporte)
No futebol feminino, isso significa que cada visualização, compartilhamento e clique pode ser convertido, em pacotes de patrocínio digital, ativações de marca, campanhas segmentadas ou parcerias comunitárias.
3. Meios de transmissão e participação em mídias digitais
A presença das atletas em podcasts, vídeos, entrevistas, lives e transmissões não deve ser apenas simbólica, mas orientada por estratégia editorial: calendários temáticos, episódios em datas como Outubro Rosa ou Dia Internacional da Mulher, e participações em programas regionais de rádio ou TV. Essas ações reforçam a imagem das atletas e aproximam marcas que buscam vínculos locais e sociais.
Além disso, associar campanhas de saúde e prevenção, como as do Outubro Rosa, com conteúdo esportivo permite criar narrativas poderosas que conectam esporte e cidadania.
4. Capacitação e habilidades públicas
Para que a gestão da imagem não seja apenas espontânea, clubes e projetos sociais podem investir em formação de suas atletas: oficinas de oratória, media training, técnicas de comunicação, produção de conteúdo digital, participação efetiva em programas de rádio/TV e presença em podcasts. Isso prepara as atletas para serem mais articuladas, confiantes e influenciadoras em suas comunidades.
5. Caminhos práticos e integrados
Calendário editorial temático: durante outubro, conteúdos que dialoguem com saúde, superação e protagonismo feminino.
Parcerias com veículos locais: rádios, blogs, emissoras regionais que possam dar espaço para entrevistas e quadros com atletas.
Projetos sociais integrados: atividades comunitárias de conscientização sobre saúde, esporte e empoderamento ligados ao time.
Campanhas de marca parceira local: pequenas empresas da cidade que apoiam a campanha rosa do clube em troca de exposição nas mídias digitais e eventos.
Avaliação e ajuste com dados: monitorar métricas de alcance, engajamento e impacto para ajustar conteúdos e propostas de patrocínio.
Outubro Rosa que vai além do laço rosa
O mês de outubro pode ser o ponto de partida para uma transformação substantiva no futebol feminino brasileiro. Ao aproveitar campanhas como o Outubro Rosa para estimular a imagem das atletas no ambiente digital e midiático, clubes e projetos sociais constroem valor simbólico e econômico.
Com a gestão estratégica da imagem, uso de dados, capacitação das atletas e presença organizada em mídia, podemos transformar cada transmissão, entrevista e campanha em oportunidade real de investimento, visibilidade e impacto social. Essa é a visão futurista, mas viável, de um futebol feminino que não teme o palco, mas o domina.
Que este mês rosa seja também o mês de ascensão de uma nova era para o futebol feminino: com mais voz, mais imagem e presença real no cenário esportivo, cultural e social.





