Desabafo
“O que eu tenho a dizer para a menina que gosta de jogar futebol é que não vá para esse clube”. A frase, em tom de desabafo, é da atacante Ildelene Gomes, de 24 anos, que atuou pelo Itacoatiara Futebol Clube (AM), no Brasileirão Feminino A2 e na Copa do Brasil desse ano.
Mudança de fachada
Ela conta que o JC Futebol Clube, antigo clube de propriedade de João Carlos Campos, mudou de CNPJ, e deu lugar ao Itacoatiara FC, em 2025, mas os problemas vividos por boa parte do elenco de 2024, se repetiram, mas com novas atletas em 2025.
Promessas não cumpridas
“Nos enganaram. Disseram que o clube mudou, que a direção era outra. No começo foi uma maravilha, mas depois tudo mudou. Nosso alojamento era péssimo, cheio de goteiras. Tinha menina que reclamava de piolho de galinha. Quando decidimos ir embora do clube, nem passagem nos compraram”, queixa-se a atleta, atualmente sem clube.
Salários atrasados
Ildelene é uma das cinco jogadoras que deixaram o Itacoatiara após a equipe terminar sua participação nas competições nacionais nessa temporada. Ela reclama de falta de pagamento de seu salário desde junho. A atleta relata não saber do paradeiro do presidente João Carlos Campos. “Ele me bloqueou no whatsapp”, afirma.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o dirigente preferiu não se pronunciar e passou essa atribuição atual técnico do Itacoatiara, Fernando Lage, que reconheceu os débitos dos pagamentos. “Estamos com salário em atraso por conta de um repasse de pagamento de patrocínio. Mas até final de setembro tudo estará quitado”, promete.
Local apropriado
“Quanto às condições da casa em 2025, ela é totalmente restaurada, com ares-condicionados novos, já fiscalizado pelas instituições de Itacoatiara, que deram o aval para a permanência das atletas”, afirma Lage, referindo-se ao alojamento das atletas.
Exclusão
O clube foi excluido do Campeonato Amazonense em decisão do TJ do Amazonas, na última segunda-feira (8), por não comparecer ao jogo diante do Manaus, no último dia 03. A partida havia sido remarcada pela Federação Amazonense de Futebol, após o primeiro jogo ter sido anulado.
Sem lamentações
O Itacoatira FC não deve lamentar a exclusão. O clube não queria disputar a competição. “Não era do nosso interesse participar do Campeonato Amazonense. A CBF nos obriga a participar do estadual. Temos que suportar um carga salarial nessa competição que não é compatível e que não nos concede nenhum retorno financeiro”, afirma o técnico Fernando Lage.





