26 de agosto – Igualdade da Mulher: reflexos e contradições no futebol feminino

26 de agosto – Igualdade da Mulher: reflexos e contradições no futebol feminino
O 26 de agosto marca o Dia Internacional da Igualdade da Mulher. O futebol feminino está repleto de desafios para alcançar seus propósitos e objetivos (Foto: Cris Fernandes/3B)

O Dia Internacional da Igualdade da Mulher nasceu como um marco da luta histórica por direitos civis, políticos e sociais. É uma data que deveria simbolizar conquistas já consolidadas. Porém, quando olhamos para a realidade, percebemos um abismo entre o discurso da igualdade e a prática cotidiana.

Na sociedade, ainda vemos mulheres enfrentando desigualdade salarial, sub-representação política, violência de gênero e preconceito estrutural. No esporte, especialmente no futebol, esse cenário ganha contornos ainda mais nítidos: enquanto o futebol masculino movimenta bilhões em patrocínios, infraestrutura e visibilidade midiática, o futebol feminino ainda luta pelo básico — campos adequados, salários dignos, contratos seguros e reconhecimento proporcional ao talento em campo.

Comparar esses dois mundos é olhar para um espelho quebrado: de um lado, a narrativa da paixão nacional que exalta a “bola no pé”; de outro, mulheres que, apesar de conquistas históricas, ainda são obrigadas a driblar o preconceito e a invisibilidade. Essa contradição é reflexo de uma estrutura machista enraizada, que resiste em enxergar a mulher como protagonista no futebol e na sociedade.

No entanto, o futebol feminino segue crescendo, não apenas em resultados, mas em resistência e representatividade. Cada atleta que ocupa seu espaço é também uma voz contra o silêncio histórico. Cada menina que sonha em jogar profissionalmente é a prova de que o futuro não pode ser negado.

Por isso, neste 26 de agosto, mais do que celebrar, precisamos provocar:

  • Qual igualdade estamos realmente dispostos a praticar?
  • Até quando o talento feminino será medido por uma régua desigual?

A igualdade que reivindicamos não é um favor, mas um direito constitucional, humano e social. No futebol, assim como na vida, não buscamos jogar o mesmo jogo — buscamos jogar em um campo nivelado, onde respeito, investimento e valorização sejam regras universais.

Foto de Edinalva Brito Gomes

Edinalva Brito Gomes

Advogada Desportiva, especialista em Direito no Futebol, Prática advocatícia em Direito Família e Cível. Pós-graduada em Direito Público - Direito e Processo Trabalhista. Membro da Comissão Direito Desportivo da OAB/ES e Membro do Tribunal de Justiça Desportiva Unificado - TJDU/ES. Presidente da CAAES Mulher, Coordenadora da Seleção de futebol Capixaba de advogadas 2022/2023, Vice-Presidente da Diretoria CAAES Esportes e Coordenadora das Modalidades de Esportes Femininos da CAAES. Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (COMDDIM-VV). Presidente Fundadora do Projeto Sempre Vivas ES. Ao longo da trajetória profissional, tem se dedicado à prática advocatícia com um enfoque humanista, sempre buscando promover a justiça e os direitos humanos, com uma atuação marcada pelo compromisso com a ética, a responsabilidade social e a liderança.

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